sexta-feira, 24 de agosto de 2012

A Pérola de Maior Valor


Num refúgio afastado do continente, uma ilha repousa. Quem dela observa o mundo é logo impactado pelas pinturas que o horizonte expõe. Que primor!

Certo dia, alguns turistas que estavam gozando férias na ilha dirigiram-se a uma das praias dela para mergulharem. Após conhecerem de perto os habitantes do fundo do mar, pisaram na areia mais uma vez. Ali, descalço e queimado de sol, um pescador  se aproximou e ofereceu a cada um deles uma pérola rara: só produzida ali, naquelas águas.




Depois disse:

– Esta pérola é um presente do dono da ilha a vocês. Mas lembrem: nunca poderão vendê-la, trocá-la, nem exibi-la como se fosse um troféu.

Os turistas se entreolharam, espantados, e várias reações surgiram naquela hora. Um deles recusou o presente, desconfiado da bondade do dono da ilha. Outro vendeu a pérola a uma joalheria próxima. O terceiro trocou a preciosidade por roupas e objetos caros... O quarto ofereceu um bom dinheiro ao pescador, como agradecimento.

– Não, meu amigo – disse o homem do mar –, esta joia é um presente. Seu valor é muito maior do que você pode dar. Mas é oferecida de graça.

O último turista do grupo foi o único que levou a pérola consigo. E quando lhe perguntaram onde a tinha conseguido, bateu no peito dizendo:

– Busquei-a com a minha própria força no fundo do oceano.

*          *          *          *          *

O Dono desse mundo em que habitamos nos trouxe uma pérola também1. Esta preciosidade provém do Seu amor para conosco2 e é chamada de Evangelho3. A Bíblia define o Evangelho como “Deus amando o mundo de uma forma tão imensa a ponto de Se entregar à morte, na pessoa do Seu Filho, para nos resgatar dos nossos pecados”4.

Tal como a ostra é ferida para dar origem a uma pérola, Jesus foi machucado para nos presentear com a vida eterna ao lado de Deus5.



A maioria das pessoas, porém, não consegue compreender esse intuito do Pai.

Muitos recusam essa pérola simplesmente porque lhes parece estranho demais aceitar um presente tão grande6...

Outros preferem se esforçar para consegui-la, tentando merecer o que nunca pode ser alcançado por esforço nenhum7...

Alguns utilizam o Evangelho para comércio, a fim de beneficiarem a si mesmos8...

Vários O trocam por outros valores deste mundo9...

O Evangelho é um presente imensurável10! Ainda assim, é oferecido de graça11 – pela graça de Deus12. Não podemos vendê-Lo, trocá-Lo, nem exibi-Lo como se fosse um prêmio que conquistamos. Apenas O aceitamos pela fé13 e O compartilhamos com outros14.

Há pérolas para todos quantos crerem profundamente no Evangelho15. Mas estas não são bonitas por causa da aparência16... são lindas por causa do amor de Quem sofreu para dar tão imenso valor a elas17!!


                                  

                                          Pablo Bernardes



Referências bíblicas que embasam o texto:

1) Efésios 1.3 a 7
2) João 3.16, 10.11 e 15.13
3) 1 Coríntios 15.1-4; Romanos 1.16 e 17
4) 1 João 4.9 e 10; Romanos 5.8
5) Mateus 27.26 a 31; Isaías 53.4 a 10
6) 1 Coríntios 1.21 e 2.14; 1 Coríntios 1.18
7) Romanos 3.28 e 5.1 e 2; Gálatas 2.16; Efésios 2.8; Romanos 11.6
8) 2 Coríntios 2.17; Filipenses 3.18-19; João 2.16b
9) Atos 5.1 a 11; Mateus 26.14-15
10) João 1.11-12 e 10.28
11) Romanos 6.23
12) Tito 2.11 e 3.4 a 7
13) Gálatas 3.22 a 26
14) Marcos 16.15; Lucas 24.44 a 47
15) João 6.39
16) Isaías 53.2b; João 3.16

terça-feira, 21 de agosto de 2012

A Metamorfose da Alma


Um dos fenômenos mais lindos do mundo acontece dentro de um casulo. Sim, naquela casinha frágil, feita de seda, onde uma lagarta feia e desengonçada entra. Vários dias se passam, até que ela deixe sua morada provisória para abrir as asas e colorir o jardim! Quem não acredita em transformações, precisa bater um papo com as borboletas...



Assim como elas, podemos ser transformados também. Não é incomum, após algum acidente ou recuperação de doença grave, ouvirmos alguém dizer:

 Hoje sou outra pessoa!

Mas o maior e mais profundo tipo de transformação que existe, segundo a Bíblia, é a metamorfose que acontece na alma, pela ação graciosa do Espírito Santo de Deus1. Do grego: “meta”: mudança... e “-noia”: reflexão; meditação... Metanoia: arrependimento2, transformação espiritual.

Arrependimento não é um sentimento passageiro de tristeza por algo errado que se fez3...

Não é um pedido repetitivo de perdão a Deus, acompanhado pelos mesmos passos de antes...

Não é a promessa de mudança de vida a acontecer apenas no dia seguinte...

Arrepender-se é desistir de si mesmo... é não oferecer resistência... é se entregar completamente a Deus4.




Segundo a Bíblia, o sacrifício mais agradável a Deus que podemos fazer é nos quebrantar para Ele5.

Muito mais do que ofertas, e promessas, e esforços, e boas ações, Deus quer o nosso coração6.

Num coração entregue, Deus trabalhará para o nosso bem7. Fertilizará o nosso solo improdutivo8; retirará as ervas daninhas provindas dos nossos vícios e pecados9; regará o nosso peito com louvor e amor a Ele10.

Assim como a lagarta, cada um de nós deve esperar de coração aberto no casulo da vontade de Deus, a sua metamorfose11. Ele, o Criador12 e Sustentador da vida13, é Quem transforma a nossa feiura em um colorido encantador14! É Quem nos tira do rastejo nas coisas terrenas para o voo nos perfumes do Céu15!


                                        Pablo Bernardes



Referências bíblicas que embasam o texto:

1) João 3.3 a 7; 2 Coríntios 5.17; Tito 3.5
2) Mateus 3.8; Atos 26.20
3) 2 Coríntios 7.10
4) Jó 42.1-6; Lucas 15.7; Salmo 37.5
5) Salmos 147.3 e 149.4b; Salmo 51.17
6) Provérbios 3.5a; Joel 2.12 a 13; Salmo 34.18a; Joel 2.13a
7) João 5.17
8) Salmos 1.1 a 3 e 92.12 a 15
9) Salmo 51.7; Isaías 1.18
10) Salmos 18.1 e 34.1; Provérbios 3.6; Salmo 9.1-2
11) Salmos 25.5 e 40.1
12) Apocalipse 4.11
13) Mateus 6.26; Salmo 145.14
14) Atos 11.18
15) Atos 3.19; Romanos 2.4

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

O Tempo de Deus


O Sol desperta no horizonte. Mais um dia de muito trabalho! Quantos horários a serem cumpridos...

– Ufa!

É assim que levamos a vida: pelo relógio. É assim que medimos a vida: pelo que empreendemos ou adquirimos nesse tempo cronológico (no grego “khrónos”).




Será que sempre foi assim? Ou esse modo de contar os dias teve um início?

Segundo a Bíblia, foi Deus Quem criou esse tempo e Quem o mantém1. Foi Ele Quem estabeleceu leis para cada corpo celeste e é Ele Quem as sustenta2.

Diferentemente de nós, Deus não norteia a Sua vida pelo calendário ou pelo relógio. Ele é eterno3. Sem começo nem fim. Nunca nasceu; não morrerá; sempre existiu4.
Mas o que Deus estava fazendo antes de criar tudo? Como Ele passava o Seu tempo? O que acontecia no passado antes de a Criação ser iniciada?
Não sabemos5. Mas concluímos que, se Deus criou o tempo cronológico quando fez o mundo, esse tempo não existia antes. O tempo de Deus era outro; e ainda é.
Para Ele, não há distinção entre passado, presente e futuro. O Pai da Eternidade6 vive o futuro e o passado num eterno presente. Assim como um autor de livro sabe, em qualquer tempo, todos os detalhes da história que escreveu, Deus conhece, em todo o tempo, os traçados que Ele mesmo determinou para o mundo7.
O conhecimento do homem, além de limitado, vem e vai8... O tempo que passou sobrevive em nós na memória. O tempo que virá, na nossa previsão. O tempo presente é o pequenino “agora”, que daqui a pouco já é parte do “ontem”. Portanto, quando contamos o tempo, levamos em conta o que temos na mente. E a nossa mente é mutável, pois varia conforme as circunstâncias.
A mente de Deus não9. Para Deus, não há sucessão de ideias. Ele não esquece. Ele nunca receberá informação que já não saiba. Ele conhece todas. Ele é onisciente10.
Como não confiar na Palavra de um Deus que vê e sabe todas as coisas11? Porque ainda preferimos levar a vida segundo os nossos olhos, a nossa mente e o nosso coração12?
– Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio – pediu Moisés a Deus um dia13.
Quão delicioso é sentarmos ao lado de um idoso experiente e bebermos dos seus conselhos... Bem melhor ainda é aproveitarmos o nosso tempo ouvindo Aquele que tudo conhece14. A Sua Palavra é a nossa lâmpada... os Seus preceitos, a nossa Luz15.
Esse Deus maravilhoso quer ser o Senhor de cada passo, ação e pensamento nosso, porque Ele sabe e quer o que é melhor para nós16!
Se ouvirmos a Sua voz, Ele nos mostrará como aplicar, dentro do nosso tic-tac diário, o Seu maravilhoso tempo (no grego Kairos: “o momento certo, oportuno”), o qual reside na Sua soberana e sempre boa vontade17.

                 

                               Pablo Bernardes

Referências bíblicas que embasam o texto:

1) Gênesis 1.14-18; Salmo 104.19; Eclesiastes 3.1 a 8; Atos 17.24-26
2) Jó 38.4 e 33; Salmo 148.6; Jeremias 31.35
3) Gênesis 21.33b; Jó 36.26; Salmo 102.12, 24 e 27
4) Salmo 90.2; Salmo 93.2
5) Eclesiastes 3.11
6) Isaías 9.6
7) Jó 14.5; Efésios 3.8 a 12; Salmo 90.4
8) Jó 8.9
9) Malaquias 3.6a; Tiago 1.17
10) Isaías 40.28; Salmo 147.5; 1 João 3.20; Romanos 11.33
11) Jó 34.21; Salmos 18.30; 119.89 e 160; Hebreus 4.13
12) Salmo 119.105; Provérbios 16.25 e 20.24; Jeremias 17.9
13) Salmos 90.12
14) Salmo 33.11; Isaías 28.29
15) Salmo 19.7 a 10
16) Salmo 119.59; Provérbios 16.9; Isaías 55.8 e 9
17) Salmo 40.8; Filipenses 2.13; 1 João 2.17; Isaías 48.17; Efésios 5.15-17

sábado, 11 de agosto de 2012

Aba, Pai!


Depois que me tornei pai, tenho vivido um amor que não conhecia. Um amor tão expressivo quanto os outros, porém diferente. Este parece ter nascido em uma parte ainda não utilizada do coração.
Quando meu filho chora, sinto sua dor... Quando gargalha, rio com ele. Quando está preocupado, acalmo sua agonia... Quando sozinho, me assento ao seu lado... Quando confuso, explico a ele o que ainda não entende. Quando em perigo, meus braços – um pouco mais fortes – o salvam. Esses mesmos braços não se cansam de cingi-lo, de afagá-lo, de cocegá-lo. Como ele gosta...!
– Este é o meu filho querido! – mostro a tantos por aí.
A Bíblia diz que Deus também é assim. Aliás, ao contrário de mim, Ele é um pai perfeito1! Sem um defeito sequer!
Jesus causou estranhamento e revolta em vários judeus quando chamou Deus de Pai2. Os judeus estavam acostumados com o SENHOR onipotente, soberano, excelso, santo... Mas Jesus mostrou-lhes que Deus também é amigo, confidente, pai3.


Deus e o Seu filho Jesus sempre foram um4. Quando Jesus sofria, Deus O consolava5... Quando Jesus falava, Deus ratificava6... Quando Jesus era perseguido, Deus O livrava7... Quando Jesus pedia, Deus O atendia, porque Jesus visava sempre a vontade santa do Pai8... A todo instante estavam juntos, em oração, propósito e amor9!
– Este é o meu filho amado, em quem tenho prazer! – disse Deus, sobre Jesus, várias vezes10!
Mas houve um momento diferente na História. Um apenas. Em Jerusalém, numa quinta-feira. Após Jesus repartir o pão e o vinho11, símbolos do que aconteceria a Ele pouco tempo depois, foi com os Seus discípulos a um jardim12. Ali pediu a eles que orassem. Em seguida Se afastou, Se prostrou em terra, profundamente triste, e clamou a Deus:
– Aba, Pai, tudo Te é possível; passa de mim este cálice; mas não seja o que eu quero e, sim, o que Tu queres13.
Do hebraico “abba”: “pai”, “meu pai”, “papai”...
E a vontade de Deus foi cumprida14. Jesus não foi poupado. Como um cordeirinho mudo, caminhou ao matadouro15.
À hora nona, gritou Jesus da cruz, antes de entregar o Seu espírito:
– Deus meu, Deus meu, por que Me desamparaste16?


         Como pôde Deus, o Perfeito Pai, ver a angústia sincera do Seu filho e não O salvar da morte? Por que, na hora mais difícil da vida de Jesus, Deus simplesmente Se calou?
A Bíblia nos esclarece: tudo fez parte de um gesto profundo de amor17! Tão desejoso de nos achegar a Ele, Deus entregou a vida do Seu próprio Filho como resgate pela nossa18. E, porque não suportou contemplar os nossos pecados, os quais Jesus levou sobre Si, Deus O desamparou por alguns instantes. Dura decisão para um pai... Maravilhoso presente para nós! O plano foi consumado19.
No domingo após a Páscoa, conforme prometido nas Escrituras, Deus ressuscitou o Seu Filho20. Depois de mais 40 dias, O levou glorificado para ficar à Sua destra21.
Este Deus, que Cristo chama de Pai, estendeu a Sua filiação a todo aquele que verdadeiramente crê no Seu Filho22.
 Ah! sim... agora filhos também, podemos desfrutar desse amor maior23! Um amor imensurável24! Que nos refrigera quando aflitos25... que nos consola quando tristes26... que nos preenche quando vazios27... que nos ensina quando enganados28... que nos supre quando necessitados29... que nos sacia quando sedentos30... que nos acarinha quando desprezados31... que nos levanta quando caídos32... que nos disciplina quando precisados33... que nos fortalece quando enfraquecidos34... que nos perdoa quando desviados35... que nos abençoa quando nele descansados36...


            Por causa desse infindo amor, podemos amar de forma paternal também37! Por causa desse singular amor, podemos viver de forma fraternal também38! Por causa desse formidável amor, podemos chamar o Pai de “Aba” também39!


                                                  Pablo Bernardes
              


Referências bíblicas que embasam o texto:

1) Mateus 5.48
2) João 5.16-18
3) Mateus 6.9 e 23.9
4) João 10.30 e 14.9
5) Lucas 22.43
6) Mateus 17.5; João 12.28 e 49
7) João 7.32 e 44
8) João 11.41-42
9) João 17.1-26
10) Mateus 3.17 e 17.5
11)  Lucas 22.14 a 20
12)  Mateus 26.36 a 42
13)  Marcos 14.36
14) João 6.38
15) João 19.17; Isaías 53.7
16)  Mateus 27.46
17)  João 17.22-23; Efésios 3.19
18)  Romanos 8.32; Gálatas 3.13-14; 1 Timóteo 2.5-6
19)  João 19.30
20) 1 Coríntios 15.3-4 e 6.14; 2 Coríntios 4.14; Filipenses 2.9-11
21)  João 1.12; João 3.35-36
22) Marcos 16.19; Hebreus 1.3; 1 Pedro 3.22
23) Romanos 5.8 e 8.38-39
24) João 3.16 e 15.13
25) Salmos 23.3a; 25.17; 68.19 e 118.5
26) João 15.26; Romanos 15.5
27) Salmo 90.14; Romanos 15.13; Efésios 5.18
28) Salmos 16.7; 25.4-5 e 27.11
29) Salmo 86.1
30) Salmos 42.1-2 e 63.1
31) Salmo 31.11-19
32)  Salmo 40.1-2
33) Salmo 94.12; Hebreus 12.4-7
34) Salmos 28.7; 46.1; 73.26 e 118.14
35) Salmos 25.18b e 78.38
36) Salmos 5.12 e 115.13
37) João 15.9 e 17.26
38) João 13.34; Romanos 12.10
39) Gálatas 4.6

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

O Perfeito Louvor


Numa tarde cinzenta, várias crianças brincam no parque. Correm ao vento, soltam pipa, chutam bola, fazem piquenique... Não se preocupam com o amanhã1 nem com a marca da roupa que sujam2. Não se importam com o dinheiro que lhes falta3 nem com a cor da pele do amigo da gangorra4. Um desses amigos, noutros tempos, foi o querido Jesus, que assim dizia:
Deixai vir a mim os pequeninos; não os impeçais, porque dos tais é o reino de Deus5. Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus6.

Por que o Mestre da Vida falou essas palavras? O que têm os pequeninos que deixamos para trás?
Eles têm sinceridade7. Quando não gostam de algo, não mentem. Quando gostam, demonstram. Quando se entregam8, a entrega é real, verdadeira, completa. Eles não têm vergonha de chorar, de dizer “que lindo!”, de reconhecer “não sei!”... As crianças queriam ver Jesus, se achegar a Ele... Provavelmente O abraçariam, O interrogariam, O acarinhariam. É o que deveríamos fazer – com sinceridade de coração9.
Eles têm simplicidade10. Sentam no chão, tiram o sapato, andam descalços... Não precisam de muito para serem felizes. Nem de medalhas ou títulos para se sentirem bem11. O conhecimento, tal como os brinquedos, são repartidos12, não guardados no baú da ganância. É o que deveríamos fazer – com simplicidade de coração13.
Eles têm confiança14. Se o pai está embaixo, pulam do alto sem medo, pois sabem que serão acolhidos15. Se a mãe indica o caminho, seguem por ela até de olhos fechados16. Sabem que são limitados17. Gostam de ser dependentes18. É o que deveríamos fazer – com confiança no coração19.
Eles têm pureza20. Um sorriso é uma expressão de alegria, não de ironia ou sarcasmo. O amiguinho do sexo oposto é um amigo de verdade, não um objeto de lascívia21. Quando oferecem a mão22, a intenção é a primeira, não a segunda. É o que deveríamos fazer – com pureza no coração23.
Eles têm amor24. Um amor fiel25, não descartável como as paixões que nutrimos e jogamos fora. Um amor compassivo26, sempre pronto a abdicar o seu tempo e as suas energias para ser útil. Um amor real27, sem fingimentos, interesses ou parcialidades.
Desse amor profundo, nasce um coração que nunca abandonará o Seu Deus28.

Desse coração, nasce o louvor mais sincero, simples, confiante e puro que existe29. Brota um louvor – expressão cantada do coração do Salvador30!


                                   Pablo Bernardes

Referências bíblicas que embasam o texto:

1) Mateus 6.34; Filipenses 4.6
2) Mateus 6.28-30
3) Mateus 6.19-21
4) Mateus 7.1
5) Marcos 10.14
6) Mateus 18.3
7) Salmos 51.6a e 145.18; Efésios 4.25
8) Salmo 37.5
9) Salmo 25.21; Hebreus 10.22a
10) Salmo 19.7; Mateus 10.16c
11) Provérbios 29.23; Mateus 18.4; 1 Pedro 5.5
12) Isaías 58.7; Lucas 3.11
13) Salmo 116.6a; Mateus 11.25
14) Salmo 118.8; Provérbios 28.26a e 29.25b
15)  Salmos 9.10 e 34.4
16)  Salmo 139.23-24; Provérbios 3.6 e 10.29
17)  Salmos 8.3-4 e 103.14
18)  Salmos 60.11 e 62.7
19)  Salmo 119.9; 1 Timóteo 4.12
20)  Mateus 5.28
21)  Salmos 40.1 e 17; 68.19
22)  Provérbios 17.17; Mateus 22.39
23)  Salmos 40.4a e 71.5
24) 2 Timóteo 2.13
25) Salmo 86.5; Efésios 4.32
26) 1 Coríntios 13.4-7; 1 João 3.18
27) Salmo 51.10
28) Provérbios 22.6
29) Mateus 21.16b
30) Marcos 9.37a; Marcos 10.16

A Coragem de Davi


No meio de um rebanho de ovelhas1, um jovem dedilha sua harpa2 e canta poesias a Deus.




Esse jovem foi um dos maiores reis que a nação de Israel já teve. Esse rei fez o que era mal perante os olhos do SENHOR: adulterou-se com outra mulher casada, depois ordenou que o marido dela fosse colocado na frente de uma peleja para que morresse3

Por que Davi, o afetuoso salmista de Israel4, agiu assim? E por que, mesmo depois de tudo isso, Ele ainda foi considerado um servo do SENHOR5?

Do latim: “cor” ∕ “cordis”: coração, coragem. Davi era um homem cujo coração tinha coragem.

NÃO a coragem de enfrentar o gigante Golias – essa vitória foi ganha por Deus6. NÃO a coragem de matar um leão ou um urso – esse livramento foi dado por Deus7. NÃO a coragem de vencer tantos inimigos em guerras – esse sucesso foi construído por Deus8. A maior coragem de Davi foi a de reconhecer que no seu peito humano precisava estar o coração de Deus9.

Davi sabia que era cheio de pecados10... Mas não teve medo de se quebrantar ao Santo dos Santos11:

Compadece-Te de mim, ó Deus, segundo a Tua benignidade; e (...) apaga as minhas transgressões12.

Davi sabia que era cheio de limitações13... Mas não teve medo de se derramar ao Onipotente Deus14:

– Eu Te amo, ó SENHOR, força Minha. O SENHOR é a Minha rocha, a Minha cidadela, o Meu libertador15...

Davi sabia que era venerado... Mas não teve medo de adorar ao Único Deus16:

– Louvar-Te-ei, SENHOR, de todo o meu coração; contarei todas as Tuas maravilhas17!

Foi preciso coragem para desistir de si mesmo e viver para Deus18. Foi preciso coragem para fazer o que a vontade de Deus queria para ele19. Foi preciso coragem para ser um rei segundo o coração do Rei dos Reis20!




                                 Pablo Bernardes



Referências bíblicas que embasam o texto:

1) 1 Samuel 17.15
2) 1 Samuel 16.23
3) 2 Samuel 11.1-15
4) 2 Samuel 23.1
5) Salmos 78.70 e 89.20
6) 1 Samuel 17.45 e 50
7) 1 Samuel 17.34 a 37
8) 2 Samuel 22.1; Salmos 27.1-2 e 140.7
9) Salmos 40.8 e 143.10; Atos 13.22b
10) Salmos 32.5 e 38.18
11) Salmos 34.18; 38.8a e 51.10 e 17
12)  Salmo 51.1
13) Salmos 52.8 e 103.14
14) Salmos 23 e 56.4
15) Salmo 18.1 
16) Salmos 29.2, 34.1, 57.11 e 145.1-3
17) Salmo 9.1
18) Salmo 139.23-24
19)  Salmo 25.4-5
20)  Salmo 16.5-8; 86.11 e 143.10a


quarta-feira, 1 de agosto de 2012

As Quatro Pontas da Cruz


Como pode Deus ser justo1 e misericordioso2 ao mesmo tempo? Se Ele é justo, pune o culpado, de forma merecida, pelo crime cometido. Se é misericordioso, deixa de punir o transgressor pelo erro efetuado. Isso não seria uma contradição?
Tudo se resolve na cruz. Naquela cruz horrenda, através da qual Deus nos perdoou.



Na ponta de cima: a justiça de Deus, recaindo sobre um homem3, que deveria ser eu e você. Essa justiça é implacável, imparcial, indelével. Deus derrama a Sua ira contra o pecado4, punindo Aquele que não cometeu crime nenhum5, mas que assumiu os nossos6. Quem observa essa ponta da cruz, vê espinhos7 e sangue... Vê uma cabeça baixa, dizendo:

Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste8?

Na ponta direita: a misericórdia de Deus9. Passando de geração a geração10... Renovando-se todo dia11... É a causa de não sermos consumidos12. É a nossa absolvição13. Com a mesma mão que sofre nessa ponta, o Supremo Juiz14 bate o martelo e nos considera inocentes15. O preço foi pago por outro16. Pelo Seu próprio Filho17. Quem observa essa ponta da cruz, ouve Cristo dizendo:

– Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem18...

Na ponta esquerda: a graça de Deus19. Assim como a canhota de quem é destro, pouco reconhecida e aplicada. O homem prefere a sua mão de trabalho, as suas próprias obras20. Mas a graça de Deus nos oferta, através de Jesus, o que nunca conseguiríamos por nós mesmos: a vida eterna21! Quem observa essa ponta da cruz, ouve Cristo dizendo:

– Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso22!

Na ponta de baixo: os nossos pecados23. Enterrados. Apagados24. Ninguém os vê. Foram cobertos pelo sangue que escorreu na cruz25. Cobertos pelo sangue precioso de Jesus26! Quem busca essa ponta da cruz, ouve Cristo dizendo:

– Está consumado27!

No centro da cruz: um coração. Batendo cansado, ferido. Ainda batendo... Esse coração é a razão daquela cruz28. É o abraço da justiça, da misericórdia e da graça de Deus.




Nesse coração pulsa o AMOR. Muito amor! Amor profundo29! Amor eterno30! Amor que não olha para as nossas falhas, mas dá a vida por conta delas31. Quem crê nesse coração, tem a vida eterna32. E sente Cristo dizendo:

– Como o Pai me amou, Eu também vos amei; permanecei no Meu amor33.               

                                         
                                   Pablo Bernardes



Referências bíblicas que embasam o texto:
1) Deuteronômio 32.4
2) Salmo 103.17
3) Isaías 53.10 e 11
4) Romanos 1.18 e 6.23;
5) Isaías 53.9; 1 Pedro 2.22
6) Isaías 53.12; 2 Coríntios 5.21
7) Mateus 27.29
8) Mateus 27.46b
9) Salmo 117.2
10) Lucas 1.50
11) Lamentações 3.23
12) Lamentações 3.22a
13) Romanos 5.10
14) Salmo 7.11; Isaías 33.22
15) João 8.36
16) 1 Coríntios 6.20 e 7.23
17) Apocalipse 5.9
18) Lucas 23.34a
19) Atos 20.28
20) Romanos 3.24 e 11:.6
21) Mateus 19.16-22; Lucas 18.11-12
22) Lucas 23.43a
23) João 10.10; Efésios 2.1 a 6
24) Salmo 51.5; Romanos 3.23
25) Salmo 51.9
26) Salmo 32.1
27) João 19.30a
28) 1 João 1.7
29) 1 João 4.19
30) Romanos 5.8 e 8.38-39
31) Jeremias 31.3
32) Isaías 53.10; João 1.29
33) João 3.16 e 36; João 15.9