Enfim, chega o dia: aquela
sexta-feira1! Por séculos anunciada2... A todas as
gerações prometida... O palco está montado e preparado.
O Maestro – Deus3. O
Executor da canção – Seu Filho4. A plateia, nós – a humanidade5.
O Filho entra: Seu semblante é triste,
de muito sofrer6. Homem que sabe o que é padecer7. Fita a
plateia, mas guarda silêncio8.
O Maestro, que sempre esteve a postos,
faz os primeiros movimentos com as mãos. O Filho Lhe obedece9,
vibrando as cordas do violino.
A música é triste, muito triste... mas bela, tão bela! Apesar disso, alguns da plateia zombam
do Músico10. Outros O observam atônitos! Vários choram11...
Sem parar de tocar, pede água13. Então alguém encosta uma esponja com vinho e fel na Sua boca, para lhe diminuir o sofrimento14. Mas o Músico rejeita aquela mistura15.
A melodia continua... firme e
penetrante! Muitos nessa hora conversam, brincam com os seus celulares, contam
histórias e piadas... Alguns, usam a solenidade para namorar ou fechar negócios
de trabalho. Outros, que esperavam um espetáculo diferente, insultam o Músico16 e saem do teatro.
Mesmo irado com tamanho descaso, o Maestro continua a reger o
Violinista, que, nesse instante, olha para Ele e pede com as notas que toca: “Pai,
perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem17.”
Vários compassos seguem, e o
Violinista vai perdendo as forças... Sua concentração é admirável. Seu
sacrifício também18. Em nenhum momento, tira os olhos do Maestro. Em
nenhum instante, foge das notas que estão na partitura. Sua
obediência é perfeita19!
Minutos depois, o Dono do violino
grita algumas palavras20, abaixa a cabeça devagar e fecha os olhos.
Sua respiração se fragiliza... até cessar21. A plateia se cala de
repente! As luzes do teatro escurecem de uma vez22!
Assustadas, as pessoas se levantam e
se retiram, reclamando23... Um dos chefes da segurança, vendo o que
aconteceu conclui: “verdadeiramente este homem é o Violinista
prometido24!” Depois
vai embora. Ficam ali no teatro apenas o Filho, sem vida, e o Maestro, ainda
regendo a canção que não terminou...
* * * * *
Manhã
de domingo25. A madrugada cede seu trono ao Sol. As mãos do Maestro
se movimentam, mas a música, que era triste, agora é incrivelmente
alegre, forte, melodiosa! Parece
uma sinfonia!
Alguns conseguem ouvi-la... E voltam
ao teatro, onde choram de emoção! Mas quando reencontram o Violinista...
Ah!! Como se alegram26! E tocam Nele27! E gritam jubilosos: “Onde
está, ó morte, a tua vitória28? O Meu Redentor vive29!”
Essa foi a canção do Calvário30! Regida pelo Criador31! Executada por e em Jesus32! Uma canção prometida durante séculos33! E composta pelo Maestro Deus para o público homem34!
Essa foi a canção do Amor Maior35! A mais triste! A mais incrível! Muda a
vida de quem a compreende36! Dá vida a quem a recebe37! Por
isso, essa foi também a mais bela canção da História!!
Pablo Bernardes
1) Mateus 26.2
2) Gênesis 3.15 e
12.3b; Êxodo 12; Números 21.4-9; Salmo 16.10; Salmo 22; Isaías 533) João 3.16 e 5.37
4) João 3.17
5) 1 João 4.14
6) Lucas 22.44
7) Isaías 53.3
8) Isaías 53.7
9) João 6.38 e 5.30
10) Marcos 15.17-19
11) Lucas 23.27-28
12) Isaías 52.14 e 53.2
13) João 19.28
14) Marcos 15.23
15) Mateus 27.34
16) Marcos 15.29-32
17) Lucas 23.34
18) Efésios 5.2
19) Filipenses 2.5-8; Hebreus 5.8
20) Mateus 27.50
21) Lucas 23.46
22) Mateus 27.45; Lucas 23.44
23) Lucas 23.48
24) Mateus 27.54; Marcos 15.39
25) Lucas 24.1; Mateus 28.1
26) João 20.20; Lucas 24.41
27) Lucas 24.39; João 20.27-28
28) 1 Coríntios 15.55
29) Jó 19.25a
30) Lucas 23.33
31) Isaías 53.10
32) Romanos 8.32
33) Romanos 15.8-9; 2 Coríntios 1.20
34) Efésios 2.4-10
35) João 15.13; Romanos 5.8; 1 João 4.9-10
36) João 3.5; 2 Coríntios 5.17
37) Efésios 2.1 e 5; Colossenses 2.13; 1 João 5.11
Maravilhoso meu irmao... abs
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